Soneto, recaída, é um antiquado forro
usado no sofá dos provectos avôs.
A moda agora é poema anantóforo:
sem jasmim, sem camélias, sem rosas ou cravos;
importa o cheiro urbano da marginalidade,
labéus das bancarrotas de um socialite,
velhinha traficante apesar da idade
e o emagrecimento da dieta light.
Porque sem grana só tenho uma calça jeans,
mesmo se odor agora lembre o do gambá,
quem, nesta recaída, soneta é um canalha.
Exposta nas revistas, em jardins e casas,
que se pretendem belas, assépticas, cleans;
a flor que subsiste agora é a da algália.
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