Farol

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domingo, 29 de agosto de 2010

Soneto sem flores

Soneto, recaída, é um antiquado forro

usado no sofá dos provectos avôs.

A moda agora é poema anantóforo:

sem jasmim, sem camélias, sem rosas ou cravos;


importa o cheiro urbano da marginalidade,

labéus das bancarrotas de um socialite,

velhinha traficante apesar da idade

e o emagrecimento da dieta light.


Porque sem grana só tenho uma calça jeans,

mesmo se odor agora lembre o do gambá,

quem, nesta recaída, soneta é um canalha.


Exposta nas revistas, em jardins e casas,

que se pretendem belas, assépticas, cleans;

a flor que subsiste agora é a da algália.

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